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Uma epidemia chamada diabetes

PESQUISA COM PARTICIPAÇÃO da UFRGS e do Hospital de Clínicas revela que um em cada cinco brasileiros entre 35 e 74 anos pode ter a doença

27-01-2015

Hábitos alimentares inadequados, falta de atividade física e tabagismo estão fazendo o número de diabéticos aumentar em proporções epidêmicas no Brasil. Conforme dados de uma pesquisa realizada por seis centros acadêmicos, entre os quais a UFRGS e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), cerca de 20% da população brasileira entre 35 e 74 anos pode estar com a doença. O resultado assusta por ser muito superior à última pesquisa sobre prevalência do diabetes no Brasil (Pesquisa Vigitel 2013) – apesar de os estudos não tratarem da mesma faixa etária –, que indicava um percentual de 6,9% na população acima dos 18 anos.

Chamado Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), o levantamento foi financiado pelo Ministério da Saúde. Para a diretora de Vigilância de Agravo e de Doenças não Transmissíveis e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, a discrepância nos resultados se dá pela metodologia utilizada na pesquisa recente: enquanto a Vigitel identificou apenas pessoas que já haviam recebido o diagnóstico médico, no Elsa os pacientes com suspeita de diabetes foram submetidos a exames de sangue para confirmar ou não a doença. Ambos estudos, explica a diretora, revelam uma realidade preocupante no país:

– O número de diabéticos está crescendo nos últimos oito anos, e todas nossas pesquisas mostram isso. Atribuímos este crescimento ao aumento da expectativa de vida, já que a frequência da doença aumenta com o avanço da idade, mas também aos maus hábitos alimentares e ao sedentarismo da população – esclarece.

Conforme a epidemiologista e autora do estudo, Maria Inês Schmidt, os exames de sangue realizados nos pacientes também jogaram luz à importância da prevenção. Metade dos participantes com diabetes desconhecia ter a doença, e metade daqueles sem diabetes apresentaram glicemia elevada, o que é um indicativo de maior risco para o desenvolvimento da enfermidade em futuro breve.

A coleta de dados para o estudo ocorreu entre os anos de 2008 e 2010 e envolveu mais de 15 mil participantes em seis centros de investigação: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Vitória. O resultado da pesquisa, que foi recentemente publicado no Diabetology and the Metabolic Syndrome (D&MS-2014), periódico oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes, também apontou a necessidade de “manejo dos fatores de risco”, uma vez que a maioria dos entrevistados estava com peso acima do normal e era sedentário.

FALTA DE INFORMAÇÃO PREJUDICA PREVENÇÃO

Para o pesquisador Bruce Duncan, coautor do estudo, o diabetes deve ser tratado como um grave problema de saúde pública, já que tira, em média, cinco anos de vida de uma pessoa e favorece o surgimento de outras enfermidades crônicas, como doenças cardiovasculares, insuficiência renal e câncer. O especialista acredita que é preciso investir em políticas públicas para informar a população sobre a doença e as formas de preveni-la. Conforme pesquisas anteriores, o desconhecimento sobre o diabetes é generalizado entre os brasileiros.

– Há um plano global e um plano nacional para fazer esse enfrentamento. As pessoas precisam estar cientes que uma das questões fundamentais é a alimentação equilibrada, a prática de exercícios e a eliminação de maus hábitos, como o fumo – alerta.

Conforme Deborah Malta, desde 2011 o governo tem investido em ações de conscientização, que fazem parte do Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Entre as iniciativas, a diretora cita acordos feitos com a indústria para a redução de sal e gordura trans em determinados alimentos, e o incentivo do consumo de produtos frescos nas escolas.

– A reversão desse quadro preocupante sobre obesidade e diabetes em um futuro próximo é uma das maiores prioridades para o enfrentamento da epidemia das doenças crônicas que estamos vivendo – resume Duncan.

Veículo
Zero Hora

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