Gestão para a saúde pública
Por Júlio Eggers, Empresário e associado do IEE
As promessas sobre melhorias na saúde pública voltaram com força nas campanhas políticas de 2014. O serviço de saúde abaixo da necessidade do público é um problema global que também atinge o Brasil. Estamos habituados a ler, ver e ouvir diariamente acerca de situações vergonhosas promovidas pelo sistema de saúde público brasileiro. Caso haja alguma dúvida sobre o péssimo serviço, a ida a uma emergência de hospital gerido pelo poder público deixa claro que há um problema de estrutura de saúde latente. Em função disso, o trabalho dos profissionais é comprometido por, frequentemente, não ter instrumentos básicos para trabalhar. Com uma estrutura longe do ideal, o serviço ruim é uma consequência natural.
Para termos eficiência no atendimento à saúde da população, a gestão dos hospitais, centros de atendimento e até postos de saúde deveriam deixar de ser responsabilidade do Estado. Um regime de concessões deveria ser criado para que gestores profissionais tivessem a possibilidade de implementar a meritocracia e conceitos como a qualidade total nestas organizações. O Estado ficando responsável pelo repasse da verba e da fiscalização para que a mesma esteja sendo empregada de forma correta, assim como a cobrança por metas de eficiência dos serviços.
É importante que cada organização passe por uma avaliação e definição interna de quais são seus principais objetivos e a partir daí traçar a estratégia de curto e longo prazo e melhoria de processos com foco nos clientes e suas necessidades.
Com a gestão pela qualidade, meritocracia e melhoria contínua, haverá evolução no atendimento do cidadão necessitado. Claro que essa não é a solução definitiva para todos os problemas da saúde do Brasil, mas é um passo importante para o aumento de eficiência, diminuição de desperdícios, um controle maior das verbas disponíveis e análises e ações em cima das reais necessidades no atendimento da população.
Veículo
Jornal do Comércio