Pessoas de 20 a 29 anos lideram os diagnósticos positivos de AIDS no Brasil
Os números de casos masculinos são quase quatro vezes maiores do que os femininos

A AIDS é uma doença causada pelo vírus do HIV (vírus de imunodeficiência adquirida), que ataca as células do sistema imunológico destruindo os linfócitos T CD4+. A falta desses linfócitos diminui a capacidade do organismo de se defender de doenças oportunistas, causadas por micro-organismos que, normalmente, não são capazes de desencadear males em pessoas com sistema imune normal.
Conforme a médica infectologista do Hospital Ernesto Dornelles, Daniela Larentis, o paciente portador de HIV é o indivíduo que tem o vírus no organismo, mas que não apresenta sintomas da doença. “Uma pessoa infectada pode ficar, em média, de 8 a 10 anos sem nenhum sintoma e, mesmo assim, transmitir o vírus durante todo este tempo. A AIDS propriamente dita, ocorre quando a imunossupressão é tão severa que começam a aparecer sintomas de doenças oportunistas, como pneumonia, tuberculose e linfoma, por exemplo”.
O contágio do HIV ocorre através do sexo sem proteção, exposição a sangue ou hemoderivados contaminados, como uso de seringas ou agulhas infectadas ou transfusão com sangue contaminado, e pela transmissão de mãe para filho, durante a gestação, o parto ou a amamentação.
O último Boletim Epidemiológico HIV/AIDS do Ministério da Saúde, realizado em 2019, mostrou que a maior concentração dos casos de AIDS no Brasil está entre as pessoas de 20 a 29 anos, sendo que as taxas de detecção dos homens são quase quatro vezes maiores do que as das mulheres. Além disso, o número de óbitos causados pela doença é o dobro no sexo masculino.
Em comparação aos demais estados, o Rio Grande do Sul possui a maior taxa de mortalidade por Aids no País, com nove mortes a cada 100 mil habitantes, e Porto Alegre lidera entre as capitais, com uma média de 22,5 óbitos, enquanto a taxa nacional é de 4,8 falecimentos por 100 mil pessoas.
A infectologista do HED explica que a infecção pelo HIV não tem cura, mas pode ser tratada. “Quanto mais cedo for descoberto o vírus, melhor será a resposta do tratamento e menor a transmissibilidade da doença”. O diagnóstico é realizado feito de duas maneiras: com a coleta de sangue, teste rápido de sangue ou fluido oral, que são oferecidos gratuitamente em postos de saúde. “A melhor forma de prevenção ainda é o uso de preservativo masculino e/ou feminino. O conhecimento da doença e tratamento correto e regular também diminuem sua disseminação”, conclui a médica.