Envelhecimento e problemas na visão: conheça a degeneração macular relacionada à idade
Ter mais de 60 anos é o principal fator de risco para a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), uma doença degenerativa e progressiva da mácula que é responsável pela maior parte dos casos de cegueira na população idosa brasileira. Além da idade, o tabagismo, a etnia caucasiana (indivíduos de pele branca), a aterosclerose e a genética podem estar relacionados ao seu desenvolvimento.
A mácula está localizada na parte central da retina e possibilita que a visão seja nítida e colorida através da conversão da luz por células fotorreceptoras. Com a DMRI, ocorre a degeneração dessas células e a consequente perda da visão central. A oftalmologista da Clínica Sulvision, serviço parceiro do HED, Dra. Ana Soncini, esclarece que a DMRI pode ser assintomática no início. “Com o avançar da doença, os problemas na visão se tornam mais comuns e a pessoa pode apresentar dificuldade para ler ou reconhecer objetos de longe, bem como distorções visuais”. Por isso, o diagnóstico é realizado com base na avaliação fundoscópica da mácula associada a exames complementares.
O dois tipos de DMRI
A doença pode apresentar duas variações: seca ou úmida. A primeira é a mais comum, sendo encontrada em cerca de 90% dos casos, e causa o afinamento dos tecidos da mácula e o acúmulo de resíduos na retina. Já a DMRI úmida, é a forma mais grave, aparecendo em 10% das ocorrências e provocando o surgimento de membranas neovasculares maculares que são formadas por vasos sanguíneos que podem causar vazamento e hemorragia na região.
Tratamento
Se as consequências são diferentes, os tratamentos também são. “Na forma seca, a partir do estágio intermediário, deve-se iniciar a suplementação vitamínica conforme fórmula determinada no estudo AREDS 2 (ensaio clínico de cinco anos, que demonstrou resultados positivos para o uso de luteína e zeaxantina para reduzir a progressão para DMRI avançada). Na forma úmida, com membrana neovascular macular ativa, devemos realizar injeção intravítrea de medicamento antiangiogênico, seguindo os protocolos dos principais estudos científicos”, explica a Dra. Soncini.
Prevenção
Segundo a oftalmologista, entre os fatores de risco para o DMRI, o único que pode ser controlado é o tabagismo. “A interrupção do hábito de fumar, reduz o risco de progressão da doença para estágios avançados e com maior impacto negativo na visão”. A especialista ainda reforça a importância de realizar consultas regulares. “Manter as revisões oftalmológicas em dia possibilita que o diagnóstico e o tratamento (quando indicado) sejam feitos da forma mais precoce possível, levando a um melhor prognóstico visual”.
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