Hanseníase: prevenção ocorre com o tratamento dos infectados
O surgimento de pequenas manchas na pele, semelhante às de micose de praia, pode representar os sinais iniciais de Hanseníase, uma doença contagiosa e infecciosa que pode provocar formigamento e perda de sensibilidade na pele, comprometimento dos nervos e até incapacidades físicas. Dados do Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde de 2020, mostram que de 2014 a 2018, foram diagnosticados mais de 140 mil novos casos no Brasil. Do total, 55% eram em pessoas do sexo masculino.
O que é a Hanseníase?
A Hanseníase é causada pela bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen, que tem como principal transmissor, o ser humano. Conhecida, no passado, como lepra, esta enfermidade tem cura e tratamento disponível pelo Sistema Único da Saúde. Mesmo assim, o Brasil é o segundo País com o maior número de incidência da doença no mundo, estando atrás, apenas, da Índia.
Como ela é transmitida?
Conforme a dermatologista do Hospital Ernesto Dornelles, Marina Resener de Morais, a transmissão ocorre através de gotículas de saliva e secreção nasal de pacientes que não estão sendo tratados. “O contato deve ser íntimo, prolongado e com indivíduos que possuam a forma transmissora da patologia (multibacilar) para ocorrer a contaminação. Aproximadamente, 90% das pessoas não desenvolvem a doença devido a fatores imunológicos genéticos”.
Por ser uma doença longa e com um período extenso de incubação, a hanseníase pode demorar de seis meses a cinco anos para se manifestar. “A maneira como ela se apresenta varia de acordo com a genética de cada pessoa. As manchas podem ser claras, escuras ou vermelhas, não têm pelos, não suam e, geralmente, o local é pouco definido”. Segundo a médica, o indicado é procurar um dermatologista quando aparecerem manchas que não melhoram e que provocam a perda de sensibilidade na área. “O diagnóstico é feito através da avaliação clínica do paciente, por meio de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força motora, etc. Se necessário, é feita a baciloscopia, que corresponde ao exame colhido nas orelhas, cotovelos e da lesão na pele. Dependendo do caso, é realizada a biópsia”.
Hanseníase tem cura?
Os tratamentos para a Hanseníase podem levar de seis meses a um ano conforme o tipo da doença, A partir do início, e durante o uso, da medicação não há risco de transmissão. “O paciente que não procura tratamento, além de continuar transmitindo a bactéria, pode apresentar aumento das lesões e o acometimento de nervos, que podem causar danos irreversíveis”. De acordo com dermatologista do HED, geralmente, ocorre atrofia muscular nos locais onde os nervos foram infectados. Além disso, como a sensibilidade está prejudicada, também aumenta o risco de queimaduras e machucados nos pés.
A hanseníase tem cura e a melhor forma de prevenção é através do tratamento dos pacientes com a doença e do acompanhamento e diagnóstico das pessoas que convivem com eles.