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Endoscopia bariátrica - Novas armas contra a obesidade

Confira o artigo do Coordenador do Serviço de Endoscopia do HED, Dr. Guilherme Sander

18-08-2020 à 31-12-1969

O percentual de pessoas obesas (IMC>30) no Brasil subiu de 11,8% em 2006 para 20,3% em 2018. Em Porto Alegre, o excesso de peso (IMC>25) afeta quase dois terços da população. Considerada a doença crônica de maior índice de abandono do tratamento, a obesidade está associada à perda da qualidade de vida e piora da saúde mental, e é fator de risco para doenças como diabete, hipertensão arterial, problemas cardiovasculares, apneia do sono, refluxo gastroesofágico, alterações osteoarticulares e alguns tipos de câncer. É causa de 168 mil mortes todos os anos no Brasil.

Não existe solução simples ou única para a obesidade. Atingir o peso adequado não é fruto de alterações dietéticas de curto prazo, mas de um compromisso com um estilo de vida saudável, que inclui maior ingestão de alimentos ricos em fibras, diminuição do consumo de sódio e de açúcar, e atividades físicas. Casos que não obtêm melhora com essas medidas podem necessitar de tratamento medicamentoso, endoscópico ou de cirurgia bariátrica.

A endoscopia hoje é uma disciplina de alta tecnologia, onde robótica e inteligência artificial já são realidade. A endoscopia bariátrica surgiu como mais uma alternativa para o enfrentamento da epidemia de obesidade e síndrome metabólica, agregando à alta tecnologia da endoscopia, o tratamento humanizado e multidisciplinar, essencial à continuidade do tratamento e resultados duradouros.

A Gastroplastia Vertical Endoscópica (GVE), também chamada de endossutura gástrica, chegou ao Brasil em 2017, sendo uma nova técnica de redução de estômago, realizada por endoscopia. Mais de 20 mil pacientes, em mais de 50 países, incluindo EUA e países europeus, já passaram pelo procedimento com bons resultados. Além de pouco invasivo, realizado através da boca, por endoscopia, e sem qualquer corte externo, não exige internação. Pode ser executado em cerca de uma hora, e com baixos índices de complicações, quando realizado por um endoscopista experiente no procedimento. A alta hospitalar se dá no mesmo dia, e o retorno à vida normal usualmente é possível após 72 horas do procedimento. Depois, o paciente deve seguir uma dieta específica, além de obedecer às recomendações da equipe multiprofissional.

Sem retirar nenhuma parte do estômago ou do intestino, a gastroplastia vertical endoscópica oferece menor risco de complicações durante e após o procedimento, levando à perda de 15% a 20% do peso total inicial após um ano. Estudos mostraram resultados mantidos por até cinco anos na maior parte dos casos, efeito mais duradouro do que o do balão intragástrico.

O procedimento é recomendado para pacientes obesos que tiveram falha no tratamento clínico ou que já tentaram outros métodos, como o balão intragástrico, sem sucesso e/ou com reganho de peso. Também tem sido utilizado para pacientes que voltaram a engordar, depois da cirurgia bariátrica.  

As desvantagens da técnica são ainda não ser coberta por planos de saúde no Brasil, e ter um pouco menos eficiência do que a cirurgia, não sendo, por isso, usualmente indicada para pessoas com IMC > 40 ou com IMC >35 na presença de comorbidades associadas à obesidade, situações em que a cirurgia deve ser inicialmente considerada.

Já o Balão Intragástrico (BIG) é um dispositivo de silicone ou polímero, introduzido no estômago via endoscópica. Possui vários modelos, que diferem no tempo de permanência, possibilidade de reajustes e modo de preenchimento, com líquido ou com ar. Variam também nos resultados e na tolerabilidade. Novos balões estão em desenvolvimento, inclusive deglutíveis, sem necessidade de endoscopia inicial. Independentemente do tipo, ele serve como impulso para a reeducação alimentar, ou como ponte para tratamentos mais duradouros. O acompanhamento multidisciplinar é fundamental para prevenir reganho de peso após a sua retirada, principal desvantagem do método.

Horizonte tecnológico

Novos tratamentos endoscópicos estão em estudo, direcionados principalmente à modulação de hormônios gastrointestinais obtida pela exclusão ou ablação das camadas superficiais no duodeno, com efeito inclusive no controle do diabetes tipo II. A ablação hidrotermal da mucosa duodenal tem como finalidade a regeneração da mucosa duodenal após injúria térmica. Pacientes diabéticos tem hiperplasia de células neuroendócrinas na mucosa duodenal, e a ablação e posterior regeneração a partir de células tronco reestabeleceria a mucosa normal. É um tratamento muito recente, com bons resultados preliminares, sendo necessários mais estudos para estabelecer sua eficácia de longo prazo e segurança. Técnicas para a realização de bypass ao trânsito intestinal, seja por mangas plásticas, ou por meio de anastomoses endoscópicas com o uso de magnetos, também estão em desenvolvimento.

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