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Cirurgia Bariátrica, o que é e quando fazer

18-02-2016

A cirurgia bariátrica consiste em reduzir o tamanho do estômago, com ou sem algum grau de má absorção associada, devendo ocorrer uma mudança nos hábitos alimentares e redução na ingestão calórica. Após a cirurgia, obrigatoriamente, haverá uma mudança de comportamento alimentar, pois os alimentos serão ingeridos em pequena quantidade e precisarão ser bem mastigados. O sucesso da cirurgia dependerá de metas realistas e do melhor uso possível de operações bem desenvolvidas e testadas.

A cirurgia é apenas uma etapa de um tratamento que envolve uma equipe multidisciplinar. A equipe formada por profissionais da saúde ajudará o paciente a conhecer a cirurgia, saber como será sua vida alimentar e emocional após o procedimento. Sem dúvida, o sucesso do tratamento dependerá deste entendimento e da adesão do paciente às mudanças necessárias para a nova vida.

Conforme a Regulamentação da Cirurgia Bariátrica pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) - 2005:

São candidatos à cirurgia bariátrica (cirurgia da obesidade) pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) igual ou superior a 40 kg/m², que tentaram tratamento clínico e não obtiveram resultados. Também estará indicada a cirurgia com IMC entre 35 e 40 kg/m², desde que tenham doenças associadas a obesidade (diabetes, hipertensão, distúrbios articulares, depressão, colesterol elevado, entre outras). O IMC é calculado dividindo-se o peso pela altura elevada ao quadrado (IMC = peso / altura x altura).

É indispensável o acompanhamento com equipe multidisciplinar (psicóloga, nutricionista, fisioterapeuta, etc).

A cirurgia bariátrica é projetada para reduzir a quantidade de alimentos consumidos numa refeição. Como o novo estômago fica muito pequeno, logo enche com pequena quantidade de comida, enviando ao cérebro sinais nervosos que são traduzidos como sensação de saciedade. A pessoa então come menos e fica satisfeita muito rapidamente. Outro e muito importante mecanismo que ajuda no emagrecimento é a não produção da enzima da fome, a Grelina. Esta enzima foi descoberta nos últimos anos e, após a redução do estômago, ela deixa de ser produzida, reduzindo significativamente a sensação de fome, ajudando no emagrecimento e na manutenção do peso.
Em 2005 o CFM regulamentou a cirurgia bariátrica (obesidade), estabelecendo normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos aceitos e necessidade da equipe multidisciplinar.

As cirurgias foram divididas em restritivas, mistas e disabsortivas. As cirurgias restritivas são a Banda Gástrica Ajustável e a Gastrectomia Vertical. 

As cirurgias mistas são divididas em mistas com ênfase na restrição ( Bypass Gástrico ou Fobi-Capella) e mistas com ênfase na disabsorção ( Scopinaro ou Duodenal Swich).

As cirurgias puramente disabsortivas (Payne ou Bypass Intestinal), em decorrência das complicações metabólicas e nutricionais, não devem mais ser realizadas. Porém, mais de 95% das cirurgias realizadas são BYpass Gástrico ou Gastrectomia Vertical, em decorrência dos excelentes resultado a longo prazo.

No pré-operatório, o paciente deve realizar uma série de exames, como endoscopia digestiva, ultrassom abdominal e exames laboratoriais, além de passar em consulta com os profissionais obrigatórios: cirurgião, cardiologista, psiquiatra ou psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, anestesista, entre outros. Nessa fase, também é obrigatório o preenchimento do documento Consentimento Informado, no qual o paciente reconhece estar devidamente informado sobre os benefícios e riscos da cirurgia.

No pós-operatório, o paciente deve fazer consultas e exames laboratoriais periódicos, conforme o tipo de cirurgia e as rotinas estabelecidas pela equipe. Em caso de doenças associadas, elas devem ser acompanhadas por profissionais especialistas nessas doenças. Também recomenda-se ao paciente atividade física e complemento vitamínico. 
São consideradas contraindicações para a cirurgia o alcoolismo, o uso de drogas ilícitas, algumas cirurgias gástricas prévias, a gravidez, a obesidade por síndromes genéticas ou endócrinas e a doença psiquiátrica preexistente (não tratada). 

O emagrecimento ocorre, aproximadamente, por um ano após a cirurgia. O percentual de sucesso desta operação é em torno de 95% dos casos, com emagrecimento acima de 50% do excesso de peso. Obesos tratados clinicamente, sem cirurgia, tem sucesso no emagrecimento e manutenção do peso em menos de 1% dos casos. Isto demonstra a importância do tratamento cirúrgico nos pacientes severamente obesos. A manutenção do emagrecimento irá depender do comportamento alimentar e da realização de exercício físico após a cirurgia.

Além do emagrecimento notável, observa-se grande melhora nos outros problemas de saúde: as dificuldades respiratórias e a apnéia do sono desaparecem ou melhoram muito, assim como as dores nos joelhos, tornozelos e coluna. A hipertensão arterial muitas vezes desaparece ou melhora muito, exigindo menos, ou eventualmente, nenhuma medicação. Os diabéticos que utilizam insulina tendem a dispensá-la, com controle da glicemia (açúcar do sangue) sem medicações ou somente com hipoglicemiantes orais. Estudos recentes demonstram um controle clínico, sem necessidade de medicações em aproximadamente 90% dos pacientes portadores de obesidade e diabetes tipo 2. 

Sem dúvida alguma, os grandes benefícios da cirurgia são: a melhora da qualidade de vida e da auto-estima, o desaparecimento das doenças associadas à obesidade e uma maior expectativa de vida. Porém, existe a necessidade de reposição de vitaminas, diariamente e o acompanhamento médico e com a equipe multidisciplinar por, pelo menos, 5 anos.

No Brasil, são realizadas em torno de 80 mil cirurgias bariátrica por ano; No HED, são realizadas em torno de 300 cirurgias por ano.


Dr. Gabriel Sebastião de Vargas, Cirurgião Bariátrico e Coordenador do Centro de Excelência em Cirurgia Bariátrica do HED
CRM 22039

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