Não perca o medo da AIDS
O tratamento do HIV/AIDS evoluiu muito nos últimos anos, fazendo com que as novas gerações perdessem o medo da doença. “Hoje muitos jovens chegam no consultório com o resultado e acham que está tudo bem, é só tratar. Mas é um tratamento eterno, todos os dias. E é uma doença que carrega um peso psicológico, social muito grande. Além de que, em caso de outras doenças, torna tudo mais difícil”, explica o médico infectologista do Hospital Ernesto Dornelles, Cláudio Stadñik.
Como o tratamento é considerado novo, tem apenas 20 anos, ainda não se conhece por completo os efeitos colaterais que ele pode trazer no longo prazo. “A única coisa que já sabemos é que pessoas que fazem o tratamento contra o HIV tem mais chances de apresentar doenças cardiovasculares. Mas podem surgir outros efeitos, todo o remédio carrega um efeito colateral, além de que também há os efeitos caso misturado com outros remédios ao longo da vida”, fala.
Porto Alegre é hoje a capital nacional da AIDS. Sem causa definida, tudo leva a crer que o motivo seja comportamental. “A principal causa do contágio é a falta de preservativo na relação sexual. E por algum motivo a população gaúcha e porto-alegrense não tem o hábito de utilizar o preservativo em todas as relações”, esclarece Dr. Stadñik.
Por ser uma doença silenciosa, muitas pessoas não sabem que tem o vírus, e quando os sintomas aparecem, é mais difícil de tratar. Por isso, o médico diz que todos devem fazer pelo menos uma vez na vida o teste de HIV, mas principalmente pessoas com comportamento de risco, como relação sexual sem preservativo, múltiplos parceiros e uso de drogas com seringa. “Existe o que chamamos de janela imunológica, que é tempo que o organismo leva para produzir anticorpos contra a doença. Isso varia entre duas semanas e três meses. Além do exame de sangue, é aconselhado também realizar uma consulta com infectologista”, comenta o médico.
Além dos mais jovens, outra faixa etária tem chamado a atenção pelo alto índice de infecção: os idosos. Separados, viúvos, muitos estão tendo novos parceiros e não tem o costume de usar preservativo. “Além de serem mais saudáveis e ativos, hoje existem estimulantes sexuais, que aumentam a idade sexualmente ativa”, conta.
É preciso ficar atendo aos sintomas que podem indicar a presença do HIV/AIDS:
- Infecções
- Pneumonia
- Meningite
- Tuberculose
- Problemas respiratórios (tosse, falta de ar)
- Febres não explicadas
- Manchas na pele
- Emagrecimento repentino
- Diarreia recorrente sem outra causa definida.
“É importante salientar que o melhor é sempre a prevenção. HIV é uma doença séria e grave, que pode ser combatida utilizando camisinha”, finaliza o médico.