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Conheça os sintomas e tratamentos para a meningite

03-08-2015

Desde o início do ano, 13 pessoas morreram no Rio Grande do Sul em decorrência da meningite, de acordo com a Secretaria de Saúde. Isso assustou principalmente os pais, que correram para vacinar seus filhos. Para esclarecer as dúvidas que surgiram a respeito da doença, conversamos com o médico infectologista do Hospital Ernesto Dornelles, Cláudio Stadñik.

O que é a meningite?

É um processo inflamatório das meninges, que são as membranas que envolvem o sistema nervoso central. Existem várias causas para ela, mas geralmente são causadas por agentes infecciosos.

Quais os tipos da doença e qual a mais comum?

Entre os vários agentes que podem acometer a meninge, existem as bactérias, os vírus e até fungos podem causar alguma meningite, mas os mais comuns são as infecções virais e as meningites bacterianas.

Qual a diferença entre meningite e doença meningocócica?

Meningite é quando a bactéria meningocócica envolve só o sistema nervoso central. A doença meningocócica ocorre quando a bactéria se disseminou em todo o organismo. É uma doença muito grave, mais séria e com elevada mortalidade. É uma doença muito pior que a meningite.

Quais são as causas da meningite?

Uma grande variedade de vírus ou bactérias podem causar. Normalmente são casos leves e com baixíssima mortalidade. Não precisamos nos preocupar muito com as meningites virais. Nos preocupamos mais com a meningites bacterianas, estas sim, há uma necessidade de controle maior, uma preocupação com os profissionais que atendem esse paciente, pela possibilidade de contágio e a secretaria de saúde deve acompanhar esses casos de maneira atenta. Entre as bactérias, as mais frequentes são pneumococo, haemophylus influenza e meningococo, que é o mais comum.

Quais os fatores de risco?

A meningite bacteriana depende muita da exposição a este agente. São bactérias que andam em alguns grupos de pessoas dentro da comunidade. Algumas vezes a pessoa pode pegar o meningocócico e portá-lo na sua garganta, que nós chamamos de portadores assintomáticos. Essas pessoas não desenvolvem a doença, mas ficam disseminando as bactérias para outras. Ter contato com essas pessoas é um dos principais fatores de risco.  Além de outras doenças que debilitam a imunidade, como diabetes, transplantes, HIV, que facilitam para que a doença seja mais grave.

Quais os sintomas da doença?

Normalmente o infectado apresenta febre e dor de cabeça. Esses dois são os sintomas mais frequentes, mas são também frequentes para outras doenças. Então o paciente deve ser avaliado sob outros aspectos, em relação a gravidade do caso. Outros sintomas que costumam aparecer são vômitos, rigidez na região do pescoço e exames laboratoriais que se alteram em caso de meningites graves.

Como é realizado o diagnóstico?

O diagnóstico definitivo é feito através de um exame onde se coleta, através da coluna do paciente, do liquor que envolve o cérebro. Esse exame que vai confirmar se realmente é uma meningite ou não.

Como é realizado o tratamento?

O tratamento deve ser feito o mais rápido possível, com antibióticos, geralmente dados pela veia, em doses bastante altas, especifico para as bactérias que normalmente atingem e o paciente deve ficar internado. O exame do liquor diz se é uma meningite bacteriana ou não, mas normalmente demora alguns dias para vir o resultado de qual é a bactéria, então o tratamento inicia antes de saber qual a bactéria. O paciente com meningite exige toda uma atenção ao redor, por correr risco de piora, de infecções, pode precisar da terapia intensiva por dificuldades em respirar adequadamente. Então não se consegue tratar uma meningite em casa.

Quais complicações podem surgir quando a meningite não é tratada?

Mesmo quando ela é tratada podem surgir complicações, dependo da velocidade em que é feito o tratamento. Então a mortalidade em caso de meningite é relativamente alta, podendo chegar a 10% mesmo nos casos tratados. Além da mortalidade, como envolve o sistema nervoso central, o paciente pode apresentar depois de curado sequelas daquelas lesões que as bactérias provocaram na meninge. O paciente pode ter alterações neurológicas, como perdas de movimentos de alguns dos membros, pode ter alguma dificuldade de fala, perda auditiva. As sequelas podem ser graves, mas não é comum apresentá-las. Na maioria dos casos, depois do tratamento o paciente se recupera totalmente.

Quem deve se vacinar?

A prevenção se dá em vários aspectos e a vacina é apenas uma das formas de se prevenir. A primeira coisa e ter controle dos casos, competência da secretaria de saúde. Precisamos saber quantos são os casos e onde estão, para atuar naquela comunidade específica. A prevenção pode se dar através da vacina ou de antibióticos em pessoas que tiveram contato com algum paciente infectado. Se algum membro da família for diagnosticado com meningite, normalmente todos que moram com ele receberão antibióticos durante três dias para evitar que desenvolvam a doença ou a transmitam. As vacinas existem a algum tempo para quase todas as bactérias que podem causar a doença. Temos que diferenciar as medidas de saúde pública das medidas individuais. Normalmente a saúde pública se preocupa com a epidemia, com a proliferação dessas bactérias. A vacina, individualmente, na maioria das vezes funciona, independente que a secretaria de saúde não indique para todo mundo. Mas se a vacina foi testada e é segura, não tem porque não fazer.

Qual a situação atual da meningite no estado?

Aparentemente, este ano nós tivemos um incremento no número de casos de doenças meningocócicas e de meningite meningocócica. Isto pode ser aleatório e por acaso, porque existe uma oscilação no número de casos ano para ano, mas pode ser também o início de uma disseminação e de um número maior de casos e até uma epidemia. Quem defini se é uma epidemia ou não é uma análise estatística, existe um número limite, e quando passa desse número, a gente chama de epidemia. Atualmente, no Rio Grande do Sul, não passou desse número, e não estamos considerando uma epidemia. Mas estão acontecendo surtos isolados, em grupos, colégios, bairros. O que nos preocupa é que é uma doença que existe vacina, que tem prevenção. Se observarmos, o tipo que estamos registrando que o meningocócica tipo C, que tem uma vacina, há muito tempo, que está inclusa no calendário vacinal do Sistema Único de Saúde para crianças de até 12 anos, mas não está recomendado para os demais, embora qualquer um, individualmente possa fazer e irá se beneficiar disso. Então não estamos ainda em epidemia, mais estamos com atenção redobrada porque o número de casos aumentou, principalmente a do tipo C.

 

Fonte: Claúdio Stadnik, CRM 20201

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